Com uma expectativa de vida de pouco menos de 60 anos, Moçambique é um dos países que recebem missões humanitárias, como a que compõe a ONG Mangundze Salud. Presidida pelo Dr Jorge Arias, presidente da Associação Argentina de Colonoproctologia, esta organização realizou 17 missões desde seu início, em 2013. Quatro viajaram para Madagascar e outras treze para Moçambique, um país localizado no sudeste da África, às margens do Oceano Índico e fronteira com a Tanzânia, Zâmbia, Esuatini, Malawi, Zimbábue e África do Sul. Duas vezes por ano, um contingente de três a doze pessoas desembarca ali para atender diferentes patologias em um posto de saúde, no hospital rural e no hospital provincial, realizando atendimento primário e cirurgia.

Estas campanhas duram aproximadamente três semanas e este ano houve duas, com apenas cerca de cinco meses de intervalo. A primeira foi em maio e a mais recente em outubro. O ponto de partida da missão é San Benito de Mangundze, localizada na Província de Gaza, República de Moçambique, onde vive o padre argentino Juan Gabriel Arias, uma peça fundamental neste quebra-cabeça solidário. Além de seu trabalho pastoral, ele realiza vários projetos sociais e de saúde para melhorar a qualidade de vida de mais de 30.000 pessoas. Em coordenação com o padre, Mangundze Salud realiza consultas médicas, cirurgias, ultra-sonografias e atividades de cuidados primários de saúde.

O relacionamento com a EXO
Há alguns anos, devido ao elo construído pela EXO, a empresa doou um Centro de Diagnóstico Móvel (MDC), para que pudesse acompanhar este grupo de profissionais de saúde. Por serem equipamentos portáteis e leves, são ideais para este tipo de missão porque permitem que um paramédico, enfermeiro ou clínico geral faça videoconferência (via internet) com um especialista enquanto executa e compartilha quatro parâmetros do paciente (ECG, Eletrocardiograma de 12 derivações; PANI, Pressão Arterial Não-Invasiva; SpO2, Oximetria, Saturação Sanguínea de Oxigênio; e TEMP, Temperatura Superficial) em tempo real. O especialista pode fazer videoconferência e receber os parâmetros em qualquer computador ou dispositivo móvel. Os estudos gravados também podem ser enviados para assistência remota de forma assíncrona. Quando a ONG Mangundze Health chegou a Moçambique, eles descobriram que não tinham muita infra-estrutura para lidar com os problemas dos pacientes. Mesmo o que poderia ser considerado um item padrão em um hospital, como um monitor de pressão arterial, não existia. Por esta razão, eles começaram a usar o MDL na sala de cirurgia para monitorar os sinais vitais dos pacientes, tanto o pulso cardíaco quanto a oxigenação. Além disso, o CDM é usado para inter-consultas com médicos em outras partes do mundo. "Se, por exemplo, tivermos uma questão cardiológica, conectamos o equipamento ao wifi do hospital ou a um telefone 4G e podemos fazer uma inter-consulta com um médico que está atualmente em Buenos Aires ou Rosário", diz o Dr Jorge Arias. Os médicos da missão geralmente encontram um grande número de consultas ginecológicas e obstétricas, e um grande número de pacientes se submete à cirurgia para lesões de fístula obstétrica como resultado de partos não assistidos. "Nas três semanas que as campanhas geralmente duram, o MDL é muito útil para nós porque é portátil e fornece as ferramentas necessárias para o cuidado básico das pessoas", diz Arias.

Escola de Doações nº 4, Salta

"Em cada missão, uma média de 1.000 pessoas são assistidas e cerca de 60 operações são realizadas durante as campanhas", acrescenta o padre Juan Gabriel Arias, que lembra a ligação com a EXO construída há vários anos com as primeiras doações de mochilas solares, que eram ideais para ajudar os estudantes moçambicanos. Em Moçambique, a falta de energia atinge 90% dessas populações localizadas na província de Gaza. A empresa também doou painéis solares para serem usados em situações cotidianas, como carregar um telefone celular ou uma lanterna com baterias recarregáveis. "Quando chega uma missão, ela abre muitas esperanças porque eles visitam populações que nunca tiveram contato com um médico, exceto um técnico ou uma enfermeira", aponta o padre.

CDM EM MOÇAMBIQUE